Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alerta para um futuro preocupante da Previdência brasileira, indicando um declínio progressivo na proporção de contribuintes em relação aos beneficiários. Atualmente, a relação é de menos de dois contribuintes para cada beneficiário, sinalizando potenciais dificuldades financeiras para o sistema.
A pesquisa mostra que em 2012, havia 2,26 contribuintes para cada beneficiário, número que caiu para 1,97 em 2022. Além disso, as projeções são ainda mais alarmantes: espera-se que em 2051 essa relação seja de apenas 0,99, diminuindo ainda mais para 0,86 em 2060. Isso significa que, a partir de 2051, haverá mais pessoas recebendo benefícios do que contribuindo para o sistema.
Envelhecimento é problemático para a Previdência
Esse cenário é impulsionado pelo envelhecimento acelerado da população e pela maturação dos regimes previdenciários. Assim, o estudo aponta que o total de beneficiários, incluindo aposentadorias, pensões por morte e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), deve saltar de 31,4 milhões em 2022 para 61,2 milhões em 2051, chegando a 66,4 milhões em 2060.
Em contraste, o número de contribuintes está previsto para diminuir de 61,8 milhões em 2022 para 60,6 milhões em 2051, e ainda mais para 57,2 milhões em 2060. Além do envelhecimento populacional, a informalidade, o desemprego e a inatividade também contribuem para a redução dos contribuintes.
O Ipea baseou suas análises em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua de 2018 e registros administrativos dos regimes previdenciários. Por fim, este estudo do Ipea ressalta a importância de revisões e ajustes nas políticas públicas para garantir a sustentabilidade futura do sistema previdenciário brasileiro, face ao aumento previsto no número de beneficiários e a diminuição proporcional de contribuintes.