Recentemente, o Rio Grande do Sul tem enfrentado um período de enchentes intensas e deslizamentos, desencadeando preocupações significativas no mercado de seguros, similarmente aos prejuízos enfrentados durante a seca de 2022.
Segundo estimativas iniciais, o segmento de seguros pode enfrentar perdas financeiras que se aproximam dos bilhões de reais, como indicado por Jorge Sant’Anna, presidente da BMG Seguros, que estima um prejuízo inicial em torno de R$ 500 milhões.
Contudo, diferente da seca de 2022, que majoritariamente afetou o seguro agrícola, os atuais desastres naturais têm um impacto mais amplo, afetando desde seguros automotivos até seguros de vida e empresariais. Assim, o vice-presidente da comissão de seguro rural da FenSeg, Daniel Nascimento, destaca que a variabilidade dos prejuízos deve afetar praticamente todas as áreas do mercado segurador.
Resposta das seguradoras e recomendações da CGU
As seguradoras, junto à Superintendência de Seguros Privados (Susep), estão monitorando a situação e mantendo o funcionamento adequado das operações. Carlos Queiroz, diretor da Susep, ressalta a estabilidade do setor e a importância dos contratos de resseguro no manejo das perdas.
Os especialistas estão avaliando as perdas, que podem variar significativamente. Pedro Farme, CEO da Guy Carpenter, sugere que, apesar da destruição evidente, as perdas seguradas podem ser menores do que as crises anteriores devido a questões como a cobertura limitada de alagamento em seguros multirriscos patrimoniais.
Além disso, a crise atual também traz à tona discussões sobre a necessidade de reprecificação dos resseguros, especialmente após os impactos acumulados desde a crise do agronegócio em 2022, algo que pode aumentar os valores. Jorge Sant’Anna aponta para uma provável elevação nos custos dos resseguros, o que poderá influenciar toda a dinâmica de coberturas futuras no país.
As enchentes no Rio Grande do Sul não apenas reiteram a importância de uma gestão de riscos eficaz no setor de seguros mas também destacam a necessidade de ajustes contínuos nas políticas de cobertura para enfrentar eventos climáticos extremos e imprevisíveis. Por fim, com o mercado de seguros atento e em resposta ativa, espera-se uma adaptação que poderá moldar novos padrões para o setor.