O fenômeno El Niño, que ocorre entre dois a sete anos, voltou a impactar o Brasil em 2023/2024, trazendo uma série de eventos climáticos extremos. Caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico, o El Niño deste ciclo não atingiu a intensidade esperada por alguns especialistas, mas seus efeitos foram significativos e variados em diferentes regiões do país.
Entenda alguns fenômenos ocorridos ao longo do El Niño e saiba como ficará o clima até dezembro deste ano.
Enchentes no Rio Grande do Sul
O Rio Grande do Sul foi uma das áreas mais afetadas, enfrentando chuvas intensas e catastróficas. Em setembro de 2023, um ciclone extratropical causou ventos fortes e aumento no nível dos rios no Vale do Taquari, resultando em 54 mortes.
Dois meses depois, a região voltou a sofrer com chuvas intensas, causando mortes, desabrigados e danos materiais. No entanto, a enchente de 2024, considerada a pior da história do estado, deixou 149 mortos e afetou 452 municípios.
Grande seca no Norte
Enquanto o Sul do Brasil lidava com inundações, a região Norte enfrentava uma seca severa, a mais intensa dos últimos 40 anos. O fenômeno climático afetou profundamente a Amazônia, com oito estados sentindo os impactos da estiagem, prejudicando mais de meio milhão de pessoas.
Por fim o governo do Amazonas começou a considerar a remoção de comunidades inteiras que vivem da agricultura familiar em áreas de várzea devido às mudanças climáticas.
O futuro do El Niño
As temperaturas altas impediram episódios de precipitação no Norte. A ausência do corredor de umidade e as águas mais frias no Oceano Atlântico impediram o avanço das frentes frias, exacerbando a seca.
Assim, com o fim do El Niño e o início de uma fase de neutralidade climática, espera-se que o clima volte a padrões mais previsíveis. Até o final do outono, alguns efeitos do El Niño ainda podem ser observados, como temperaturas mais altas na faixa central do Brasil e chuvas frequentes no Sul.
Embora o El Niño não tenha sido o mais forte registrado, seus efeitos foram profundamente sentidos em todo o Brasil. As chuvas intensas no Sul e a seca prolongada no Norte destacam a necessidade de uma resposta robusta e adaptativa às mudanças climáticas.
Por fim, à medida que o fenômeno se dissipa, a esperança é de que o clima se estabilize, permitindo às regiões afetadas se recuperarem dos eventos extremos recentes.