O inverno de 2024, que inicia nesta quinta-feira (20) às 17h51, promete trazer mudanças no clima brasileiro. Após um período prolongado de temperaturas acima da média, conhecido como “veranico”, a chegada da nova estação deve finalmente proporcionar um alívio para o calor.
O Brasil está experimentando um fenômeno climático conhecido como “veranico”. Esse termo descreve períodos de mais de quatro dias com temperaturas elevadas durante o outono ou inverno. Durante esses períodos, o clima se mantém seco e quente, com raros registros de chuva, afetando a umidade do ar.
Previsões para a primeira semana de inverno
Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, prevê uma amenização do calor na transição para o inverno. “A previsão é que, por volta do dia 23, no primeiro fim de semana da nova estação, as temperaturas fiquem mais baixas”, comenta. Contudo, ele alerta que dias de frio intenso não devem ser o padrão deste inverno.
Os meteorologistas indicam que o inverno de 2024 será marcado por um equilíbrio entre frio e calor. Vinicius Lucyrio, também da Climatempo, destaca que, embora haja dias frios, a tendência é de temperaturas acima da média para a estação. “O destaque será para o final do inverno, entre agosto e a primeira quinzena de setembro, quando podem ocorrer novas ondas de calor”, explica Lucyrio.
Andrea Ramos, meteorologista do Inmet, explica que o mês de junho continuará quente devido à influência da massa de ar seco e quente que se instalou no país. “Isso deve manter as temperaturas elevadas e a umidade baixa, com índices chegando a 25% em algumas regiões”, analisa.
La Niña: O fenômeno que pode alterar o clima no segundo semestre
Com o fim do El Niño e a transição para uma fase neutra, espera-se a instalação do La Niña no segundo semestre de 2024. Este fenômeno ocorre quando há um resfriamento da faixa equatorial central e centro-leste do Oceano Pacífico, resultando em uma diminuição da temperatura das águas em pelo menos 0,5°C.
O La Niña tende a provocar um aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, enquanto o Centro-Sul pode experimentar um tempo mais seco com chuvas irregulares. No Sul, a tendência é de um clima ainda mais seco. Além disso, a chegada de mais massas de ar frio ao centro-sul do continente afetará países como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e partes do Brasil.
De acordo com Lucyrio, os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e parte do Paraná serão as áreas mais afetadas pelas massas de ar frio no início do inverno. Apesar disso, poucas dessas massas conseguirão avançar para o interior do Brasil, atingindo as regiões Sudeste, Centro-Oeste e até mesmo partes do Norte.
Expectativas para Julho e Agosto
A partir de julho, a quantidade de massas de ar frio começará a aumentar gradualmente, tornando-se mais perceptível. Os meses de julho e agosto devem registrar temperaturas mais baixas, evidenciando a mudança climática esperada para a estação.
Com essas previsões, é essencial que a população das regiões mais afetadas se prepare para enfrentar o frio, garantindo um inverno seguro e confortável.