O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, garantiu que o arroz já colhido no estado será suficiente para manter o abastecimento nacional. Portanto, ele assegurou que, apesar das recentes chuvas intensas que atingiram a região, o estoque atual de arroz do Rio Grande do Sul pode suprir o mercado interno por pelo menos 10 meses.
Em Minas Gerais, a venda de arroz chegou a ser limitada em alguns supermercados, gerando preocupação entre os consumidores. No entanto, Pereira tranquiliza, afirmando que a maior dificuldade é logística, devido à interrupção de estradas e rodovias que dificultam o transporte do arroz colhido para outras regiões do país.
Colheita e previsões
Até o momento, o Rio Grande do Sul colheu 84,2% de sua área plantada, totalizando 6,4 milhões de toneladas de arroz, conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Antes das enchentes, a previsão era colher 7,5 milhões de toneladas, mas a nova estimativa revisada pelo Irga indica uma produção de 7,149 milhões de toneladas.
A diretora técnica do Irga, Flávia Tomita, informou que as chuvas já causaram a perda de aproximadamente 114 mil toneladas de arroz, representando 1,6% da safra. Ainda resta avaliar o impacto nas áreas parcialmente submersas.
Ações para garantir abastecimento e perdas sofridas
Para prevenir a especulação de preços, a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) anunciou a importação de 75 mil toneladas de arroz da Tailândia. Além disso, o Governo Federal autorizou a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz dos produtores do Mercosul, conforme anunciado pelo Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
As enchentes afetaram severamente 22,9 mil hectares de arroz, resultando na perda total das áreas submersas. Flávia Tomita ressaltou que os 17,9 mil hectares parcialmente submersos ainda podem produzir algo, mas a extensão das perdas ainda é incerta.
Por fim, enquanto a área ainda não colhida, mas não afetada pelas enchentes, corresponde a 101,3 mil hectares, o setor segue monitorando e ajustando as estratégias para assegurar o pleno abastecimento e estabilidade do mercado de arroz no Brasil.