A notícia mais impactante desta segunda-feira, 22, foi a desistência do presidente Joe Biden de concorrer à reeleição. O anúncio de Biden marca uma virada na política dos EUA, já que o atual presidente declarou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris para liderar a chapa democrata na eleição.
Biden, em um comunicado no X, enfatizou que a decisão de não buscar a reeleição é para o bem do país e do partido, permitindo que ele se concentre em cumprir seu mandato até janeiro de 2025.
Reação do mercado
A reação imediata nos mercados financeiros foi de recalibração das expectativas. Com Biden fora da corrida, o mercado ajusta suas previsões, que antes haviam sido influenciadas pela alta probabilidade de uma vitória republicana.
O atentado recente ao ex-presidente Donald Trump também havia alimentado uma onda de favoritismo em torno de sua candidatura. Com a desistência de Biden, o cenário político torna-se mais incerto, o que pode ter impactos significativos tanto para o dólar quanto para o Ibovespa.
Desempenho do dólar
O dólar registrou uma queda de 0,61% nesta segunda-feira, cotado a R$ 5,5695. Durante o dia, chegou a atingir a mínima de R$ 5,5355. Esta queda representa uma diminuição acumulada de 0,61% na semana e de 0,34% no mês, embora ainda acumule uma alta de 14,78% no ano.
O cenário de incerteza política e econômica, combinado com o ajuste dos investidores às novas condições, pode continuar a influenciar a cotação do dólar. A expectativa de novos dados econômicos e políticas fiscais nos EUA e no Brasil são fatores que podem determinar a direção futura da moeda americana.
Desempenho do Ibovespa
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, fechou em alta de 0,19%, alcançando 127.860 pontos. Esta alta contrasta com a ligeira queda registrada na sexta-feira anterior, quando o índice havia recuado 0,03%, atingindo 127.616 pontos.
Apesar da alta na semana, o Ibovespa ainda acumula uma perda de 4,71% no ano, embora tenha ganhado 3,19% no mês.
A reação positiva do Ibovespa pode ser atribuída à recuperação dos investidores que estavam ansiosos por mais clareza sobre a política fiscal brasileira e aos possíveis efeitos da desistência de Biden sobre os mercados globais.
Com a expectativa de que os investidores ajustem suas posições, a Bolsa pode experimentar volatilidade nos próximos dias, conforme novas informações e dados econômicos forem divulgados.
Aspectos econômicos domésticos
O mercado também está atento à situação fiscal do Brasil, especialmente após o recente anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o bloqueio de R$ 11,2 bilhões e o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões no Orçamento de 2024.
Essas medidas são parte da tentativa do governo de cumprir a regra de gastos do arcabouço fiscal, que prevê um déficit máximo de R$ 28,8 bilhões.
O bloqueio refere-se a valores que precisam ser congelados para manter a meta fiscal, enquanto o contingenciamento é a contenção de recursos devido a receitas abaixo do esperado.
A diferença entre essas medidas pode impactar a percepção do mercado sobre a capacidade do governo em cumprir suas metas fiscais e gerir a economia de maneira eficiente.