Após dois meses de queda, a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo subiu em março, atingindo 421,3% ao ano. Os dados foram fornecidos pelo Banco Central (BC) em Brasília. O aumento foi de 9,4 pontos percentuais em comparação com o mês anterior.
A taxa de juros do crédito rotativo, que dura 30 dias, incide quando o consumidor paga menos que o valor total da fatura do cartão, resultando em um empréstimo sobre o valor não pago. Contudo, apesar da nova lei que limita os juros do rotativo a 100% da dívida, as taxas de março não sofreram impacto, pois a medida se aplica apenas a novos financiamentos.
Aumento nas taxas de juros do crédito livre
A taxa média de juros para o crédito com recursos livres às pessoas físicas ficou em 53,4% ao ano, um aumento de 0,8 pontos percentuais no mês, mas uma diminuição de 5,2 pontos percentuais em 12 meses. Além do aumento no crédito rotativo, a alta foi impulsionada pelo crédito pessoal não consignado, que cresceu 4,5 pontos percentuais, e pelo cartão de crédito parcelado, que subiu 1,7 pontos percentuais.
O saldo do crédito livre para pessoas físicas cresceu 0,4% em março e 8,2% em 12 meses, com destaque para o financiamento de veículos, que aumentou 1,5%, o crédito pessoal não consignado, que subiu 1,4%, e o consignado para beneficiários do INSS, que cresceu 1,2%. O crescimento no crédito livre às famílias concentrou-se nas modalidades não rotativas, que tiveram alta de 0,8% no mês e 9% em 12 meses.
Dívidas e inadimplência
O endividamento das famílias ficou em 47,9% em fevereiro, uma queda de 0,1 ponto percentual em comparação ao mês anterior e de 0,8 ponto percentual em 12 meses. O comprometimento de renda permaneceu estável em 25,7%, uma redução de 1,7 ponto percentual em 12 meses.
No entanto, nas operações com empresas, a taxa média de juros foi de 20,9% ao ano, um declínio de 0,5 ponto percentual em março e de 2,9 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Saldo das operações de crédito
O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional somou R$ 5,9 trilhões em março, com crescimento mensal de 1,2%. Assim, o saldo cresceu 2% para pessoas jurídicas, totalizando R$ 2,3 trilhões, e 0,7% para pessoas físicas, totalizando R$ 3,6 trilhões.
A inadimplência da carteira de crédito total atingiu 3,2% em março, permanecendo estável tanto no mês quanto em 12 meses. Por fim, a inadimplência diminuiu 0,1 ponto percentual para empresas e famílias em março, mas aumentou 0,4 ponto percentual para empresas e diminuiu na mesma proporção para famílias em 12 meses.