Nos últimos dias, vídeos de pessoas arremessando pesos e dando pancadas no Cybertruck, o carro anunciado por Elon Musk como quase indestrutível, viralizaram nas redes sociais. O veículo da Tesla, projetado com uma estrutura robusta de aço inoxidável, parece resistir a impactos que normalmente danificariam outros carros. Mas por que, então, carros comuns se deformam em colisões?
A resposta está na física da dissipação de energia. Entenda como isso funciona a seguir.
A Importância da dissipação de energia
Para entender por que carros se amassam em batidas, precisamos revisitar um conceito básico de física: a energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada ou dissipada. Quando um veículo colide, a energia cinética resultante do movimento precisa ir para algum lugar. Assim, nos carros convencionais, essa energia é absorvida pelas partes deformáveis do veículo, como a lataria e os componentes internos. Esse processo de amassar ajuda a dissipar a energia do impacto, protegendo os ocupantes.
No caso do Cybertruck, a Tesla utilizou aço inoxidável em sua construção, um material conhecido por sua resistência. Embora essa característica torne o veículo aparentemente mais robusto, especialistas em segurança veicular alertam que a rigidez do material pode ser prejudicial em acidentes. Quando as peças do carro não conseguem absorver a energia do impacto, essa energia pode ser transferida para os ocupantes, aumentando o risco de ferimentos graves.
Preocupações de segurança e regulações
A segurança do Cybertruck tem sido uma preocupação constante entre os especialistas, especialmente nos Estados Unidos, onde o veículo é comercializado. A revista “The American Prospect” destacou que o uso de aço inoxidável pode ser fatal em acidentes devido à menor capacidade de absorção de impactos. Contudo, na Europa, o peso elevado do Cybertruck exige uma categoria especial de habilitação, que inclui mais treinamentos, dificultando sua inserção no mercado.
Além das questões de segurança estrutural, a Tesla já enfrentou problemas com o Cybertruck relacionados ao seu desempenho. Em abril deste ano, a empresa anunciou o terceiro recall do veículo devido a falhas no pedal do acelerador, que poderiam causar acelerações descontroladas e potencialmente levar a acidentes.
Embora o Cybertruck da Tesla impressione com sua robustez, a física por trás da segurança veicular explica por que a deformação controlada em acidentes é crucial para proteger os ocupantes. Portanto, a rigidez excessiva pode, paradoxalmente, aumentar o risco de ferimentos. Assim, a escolha dos materiais e o design dos veículos devem equilibrar durabilidade e capacidade de dissipação de energia para garantir a segurança nas estradas.