Desde a morte de Chorão, líder do Charlie Brown Jr., em 2013, uma série de disputas tem surgido em torno dos direitos da banda e do legado deixado pelo cantor. Recentemente, a viúva de Chorão, Graziela Gonçalves, trouxe à tona uma questão que há muito pairava sobre os ex-guitarristas da banda: o direito de se apresentarem usando o nome Charlie Brown Jr.
Em 2022, Alexandre Abrão, filho de Chorão, obteve o registro da marca “Charlie Brown Jr.” no INPI, conferindo-lhe controle legal sobre o uso do nome da banda. No entanto, músicos ex-integrantes da banda recorreram da decisão, resultando em um impasse legal que os impede de se apresentarem sob o nome Charlie Brown Jr.
Após oito anos da morte de Chorão, em 2021, finalmente foi fechado um acordo de partilha dos bens do cantor. Neste acordo, Graziela e Alexandre dividiram os direitos futuros de faturamento das músicas, da imagem do cantor e da marca Charlie Brown Jr. A marca foi dividida, com 55% para Alexandre e 45% para Graziela.
A relação entre Graziela e Alexandre
Alexandre é fruto de um relacionamento anterior de Chorão, o que torna sua relação com Graziela distante. A viúva acusa Alexandre de esconder os ganhos relacionados a Chorão e à banda para evitar a partilha dos lucros. Alexandre, por sua vez, afirma que não houve repasses pois as operações estão deficitárias.
Graziela propôs um acordo em que os ex-guitarristas possam se apresentar usando o nome da banda, desde que paguem “direitos artísticos” aos herdeiros de Chorão. Esta proposta visa conciliar os interesses das partes envolvidas, permitindo que os ex-membros da banda continuem suas carreiras sob o nome que ajudaram a construir, ao mesmo tempo em que reconhece os direitos dos herdeiros sobre o legado de Chorão.
Disputas internas entre os herdeiros
Além da disputa entre Graziela e Alexandre, os herdeiros também estão em conflito sobre a gestão e os lucros dos projetos envolvendo o cantor e a banda. Esta disputa interna complica ainda mais o cenário, tornando as negociações mais delicadas e prolongadas.
Chorão deixou um legado notável, incluindo propriedades, marcas, direitos autorais e outros ativos. O valor desses ativos, somado aos lucros futuros das músicas, é considerável. A divisão desse patrimônio entre Graziela, Alexandre e outros herdeiros é um processo complexo, que pode envolver disputas legais e emocionais.
O papel dos advogados e a tentativa de conciliação
Tanto Graziela quanto Alexandre contam com advogados para representá-los nesse processo. Ambos têm demonstrado disposição para buscar uma solução amigável para as disputas, evitando litígios judiciais prolongados.
A proposta de Graziela de permitir que os ex-guitarristas usem o nome da banda com o pagamento de royalties é uma tentativa de encontrar um meio-termo que beneficie todas as partes envolvidas.
Independentemente das disputas legais e financeiras, o legado de Chorão e da banda Charlie Brown Jr. continua vivo na memória dos fãs e na influência que exercem sobre a música brasileira. O futuro da marca Charlie Brown Jr. dependerá, em parte, da capacidade dos herdeiros de resolverem suas diferenças e encontrarem um caminho conjunto para preservar e promover esse legado.