O ex-goleiro Bruno Fernandes vive uma realidade bem diferente após sua saída da prisão. Condenado a 23 anos por assassinar e ocultar o cadáver de Eliza Samudio, ele ganhou liberdade condicional em janeiro de 2023 e voltou aos gramados, jogando pelo Atlético Carioca na Série C do Campeonato Carioca. No entanto, seu salário atual é uma fração do que ganhava no Flamengo. Ainda assim, é maior que o valor pago por um emprego comum.
Em junho do ano passado, foi revelado que Bruno recebia R$ 1,2 mil mensais no Atlético Carioca, um valor que fica abaixo do salário mínimo nacional, atualmente fixado em R$ 1.412. Esse rendimento está sendo usado pela defesa do ex-goleiro como justificativa para não pagar a pensão e a indenização de R$ 650 mil devida ao filho Bruninho.
A defesa alega que o salário recebido por Bruno não é suficiente para quitar a dívida, ressaltando a difícil situação financeira em que ele se encontra. Essa justificativa traz à tona a questão do auxílio-reclusão, um benefício destinado aos dependentes do segurado recluso para evitar que fiquem desamparados.
Entenda por qual motivo o goleiro Bruno recebe esse valor
O auxílio-reclusão é destinado aos dependentes de segurados presos e visa garantir suporte financeiro às famílias. Há três classes de dependentes que têm direito ao benefício:
- Cônjuge, companheiro(a) e filhos menores de 21 anos ou inválidos.
- Pais.
- Irmãos menores de 21 anos ou inválidos.
A hierarquia dessas classes determina a preferência na concessão do benefício. A primeira classe tem prioridade sobre as demais, e se houver dependentes dessa classe, as outras não terão direito. Se não houver dependentes na primeira classe, a segunda classe terá preferência, e assim por diante. Dependentes da mesma classe podem dividir o benefício, como no caso de filhos de diferentes mães.
Os dependentes da primeira classe possuem dependência econômica presumida, ou seja, não precisam provar que dependiam financeiramente do segurado. Já as demais classes devem comprovar essa dependência.
O caso de Bruno Fernandes destaca as complexidades financeiras enfrentadas por ex-detentos ao tentar se reintegrar na sociedade. O caso também levanta questões sobre o cumprimento de obrigações financeiras e a adequação dos rendimentos após a prisão. Enquanto isso, a justiça e a sociedade observam como Bruno gerenciará suas responsabilidades financeiras e pessoais nesta nova fase de sua vida.