Os funcionários da Caixa Econômica Federal estão questionando a possibilidade de transferência das operações lotéricas para uma subsidiária, medida que está sendo estudada pela instituição. No entanto, essa não seria a primeira tentativa de um governo de privatizar as operações lotéricas.
A primeira movimentação da instituição financeira ocorreu no dia 18 de março, quando enviou um documento para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando ser contra as mudanças nas Loterias Caixa.
Segundo o ofício, a Caixa transmite o seguinte pedido: “Solicitamos à Vossa Excelência que o Conselho de Administração do banco reveja a proposta de criação da subsidiária e que as loterias continuem exercendo seu importante papel social [e que a medida] seja retirada da pauta”.
No entanto, a cúpula da Caixa acredita que a alteração seria positiva para os consumidores, pois traria maior agilidade operacional, bem como melhorias no setor tecnológico. Há ainda o argumento de que os sistemas digitais apresentam problemas constantemente, dificultando as operações em diversas áreas.
Controle da Caixa sobre as operações
Com o objetivo de defender o controle total da Caixa sobre as operações das Loterias, a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, lembrou a destinação de parte da arrecadação das lotéricas para programas sociais e setores de seguridade.
É importante destacar que em 2023 as Loterias Caixa investiram 39,2% de todo o valor arrecadado na parte social.
Segundo revelam os dados, a Loteria investiu cerca de R$ 9,2 bilhões em seguridade social, educação, cultura, esporte e segurança. No ano passado, os recursos investidos pelas Loterias Caixa ao setor social cresceram 2% em relação a 2022.
Assim, o setor de seguridade recebeu 43% do valor total obtido em 2023, enquanto a área de segurança ficou com 26%.
Comparando os investimentos realizados nos últimos anos, é possível perceber um crescimento dos valores investidos pela Loterias Caixa na área social, observe abaixo:
- 2016: 37,3% dos recursos destinados ao social;
- 2018: 37,4% dos recursos destinados ao social;
- 2020: 39,2% dos recursos destinados ao social;
- 2022: 38,8% dos recursos destinados ao social;
- 2023: 39,2% dos recursos destinados ao social.