O Itaú está no centro de uma nova polêmica envolvendo demissões em massa e terceirização. Na última semana, 62 bancários do Centro Tecnológico (CT) do banco, localizado em São Paulo, foram demitidos após o processo de terceirização das áreas de atendimento.
Segundo o Sindicato dos Bancários, a medida faz parte de uma estratégia do Itaú para cortar custos e maximizar lucros, mesmo após um lucro líquido de R$ 19,843 bilhões no primeiro semestre de 2023. A diretora do Sindicato e bancária do Itaú, Valeska Pincovai, critica a falta de oportunidades de realocação para os funcionários demitidos e a precarização das relações de trabalho.
Trabalhadores questionam terceirização
A terceirização, facilitada pela lei aprovada em 2017, tem sido uma prática cada vez mais comum no setor bancário, especialmente no Itaú. Desde 2019, diversas centrais de atendimento do banco foram terceirizadas, impactando cerca de 3 mil empregos.
Desafios crescem para bancários
Dentre os desafios enfrentados pelos bancários atualmente, alguns se destacam, como:
- Salários menores: Em média, ganham 25% a menos que os empregados diretos, chegando a 70% a menos no setor bancário.
- Jornadas de trabalho mais longas: Trabalham em média 3 horas a mais por semana.
- Instabilidade no emprego: A rotatividade é maior, com uma média de permanência nas empresas de apenas 3 anos, contra 5,8 anos dos funcionários diretos.
A diretora do Sindicato destaca que a luta contra a terceirização e as demissões é fundamental para garantir direitos trabalhistas e condições de trabalho dignas. O sindicato está mobilizando os trabalhadores e a sociedade civil para pressionar o Itaú a rever sua política de terceirização e a garantir a reintegração dos trabalhadores demitidos.
“Não podemos aceitar que um banco como o Itaú, que lucra bilhões, continue precarizando as relações de trabalho e demitindo para cortar custos”, afirma Valeska Pincovai.