Pablo Marçal, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, se tornou uma figura popular no cenário político nacional. Conhecido por seus métodos não convencionais e discurso agressivo, ele tem desafiado as convenções políticas e atraído a atenção do país inteiro.
Pablo Henrique Costa Marçal nasceu em Goiânia, filho de uma faxineira e um servidor público. Desde jovem, ele trabalhou duro para mudar sua realidade. Sua jornada começou operando a aparelhagem de som em uma igreja local.
Aos 20 anos, conseguiu seu primeiro emprego no call center da Brasil Telecom. Sua dedicação e habilidades o levaram rapidamente a uma posição de gerente de operações, onde permaneceu por seis anos.
Ascensão no mercado imobiliário e no empreendedorismo
Após deixar a Brasil Telecom, Marçal mergulhou no mercado imobiliário, onde alcançou seu primeiro milhão. Sua verdadeira virada, no entanto, veio com o desenvolvimento e a promoção de seu Método IP.
Esse método, que ele descreve como um treinamento de inteligência emocional baseado em programação neurolinguística, prometia desbloquear potenciais e ativar a identidade pessoal dos participantes.
Marçal formou mais de cem turmas presenciais e, em seguida, expandiu sua abordagem para o ambiente digital. A migração para o formato online permitiu que ele ampliasse seu público e, consequentemente, seu patrimônio.
Declarado como o candidato mais rico à prefeitura de São Paulo, Marçal registrou um patrimônio de R$ 169 milhões, composto por imóveis, investimentos e participação em 12 empresas.
Crescimento Digital
Marçal se destacou não apenas pela sua ascensão econômica, mas também pela sua presença digital massiva. Com 12,9 milhões de seguidores no Instagram, ele é uma das personalidades mais seguidas no Brasil, atrás apenas de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
Suas postagens geram uma média de 136,1 mil interações, um reflexo de sua habilidade em se conectar com o público.
Durante os debates eleitorais, Marçal usou sua popularidade digital para ampliar seu alcance. No primeiro debate, ele produziu 30 cortes de vídeo, que acumularam 57 milhões de visualizações. No entanto, sua performance foi afetada pela ausência dos principais adversários, resultando em uma queda de 91% nas interações em um debate subsequente.
Desafio jurídico e a estratégia de discurso
Recentemente, Marçal enfrentou uma situação jurídica. O juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz suspendeu suas contas em seis redes sociais após uma ação movida pelo PSB. A acusação era de abuso econômico, alegando que Marçal remunerava apoiadores para criar conteúdo sobre ele.
Em resposta, Marçal criou novos perfis, com sua boca coberta por uma mordaça com a palavra “sistema”, simbolizando sua postura de perseguido.
Esse episódio ilustra sua estratégia de romper com o sistema político tradicional, apresentando-se como uma vítima das instituições estabelecidas. Essa abordagem lhe permitiu romper a polarização entre os candidatos principais, Ricardo Nunes e Guilherme Boulos, e atrair um apoio popular.
Expedições
Marçal ganhou notoriedade negativa com um incidente em janeiro de 2022, quando desafiou as orientações das autoridades e liderou uma expedição à Serra da Mantiqueira. Prometendo uma formação para “superar a vida e tornar-se um vencedor”, a incursão, que custava R$ 3 mil, acabou com metade do grupo desistindo devido às condições adversas.
As 32 pessoas restantes tiveram que ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Marçal foi criticado por sua irresponsabilidade e, subsequentemente, proibido de promover eventos semelhantes sem autorização.
Futuro político e a imagem pública
Pablo Marçal continua sendo uma figura polarizadora, dividindo opiniões entre seus admiradores, que o veem como um “gênio” revolucionário, e seus críticos, que o consideram um “débil mental” e “bandido”.
Seu sucesso na campanha eleitoral reflete sua habilidade em aproveitar as mídias sociais e sua abordagem agressiva, mas também coloca em evidência os desafios que ele enfrenta.